quarta-feira, 17 de agosto de 2011

você é livre!!! Será????


* O seu conceito de liberdade é condizente com a verdade e com a fé cristã?

agosto 14th, 2011

Presas ou plenamente livres?
Presas ou plenamente livres?
Paulo Roberto Campos

Certa pedagogia dita moderna se equivocou ao querer inculcar nos pais de família uma atitude excessivamente indulgente: nunca proibir, jamais dizer não aos impulsos dos filhos. Ou seja, a aplicação apenas da primeira parte do axioma em epígrafe, É preciso saber dar…, — dar aos filhos tudo quanto exijam, ceder sempre, conceder-lhes uma liberdade sem fronteiras.
Em contraposição, apresentamos então o que ensina a pedagogia tradicional, norteada nos princípios da Santa Igreja: é preciso saber dar, mas também, quando necessário, saber negar, proibindo aos filhos aquilo que os levariam a adquirir maus hábitos.
* * *
Essa Pedagogia liberal é caolha ao ver apenas um lado da questão. Pois, baseando-se num falso conceito de liberdade, ensina que as crianças, para serem felizes, devem viver inteiramente livres, fazendo o que “der na veneta” e que não se deve coibir-lhes em nada suas espontaneidades.
Isso devido a uma falsa intelecção de liberdade. Permitindo fazer tudo o que pede a imaginação, as más tendências levam o homem a ceder a seus próprios caprichos e às más paixões, e logo ao pecado. Daí a expressão “escravo do pecado”.
Liberdade e “liberdade”
“A doutrina católica sobre a liberdade humana ensina que esta consiste, não no direito ou na faculdade de fazer tudo quanto aprouver aos sentidos e à imaginação, mas em seguir os ditames da razão, por sua vez ilustrada e amparada pela fé. O que constitui precisamente o contrário da doutrina de Freud e da maior parte das escolas psicológicas e psiquiátricas que surgiram depois dele.
“Ora, nestas condições, a sujeição a uma disciplina voltada a impedir que o homem se ponha em ocasiões de ser arrastado pelo bramido irracional e turbulento dos instintos, constitui, não um vínculo ou uma algema para a liberdade, mas uma preciosa proteção para ela.
“Assim, proibir a um jovem que freqüente ambientes onde se fume maconha não é limitar a liberdade dele, mas garantir essa liberdade contra a tirania do vício, para o qual uma tentação sutil ou torrencial pode atraí-lo de um momento para outro”(1).( Plinio Corrêa)
Liberdade? Sim, para o bem; não, para o mal.
Na conhecida Encíclica de Leão XIII, o Pontífice denuncia como distorção e abuso da liberdade permitir-se fazer tudo o que passa pela cabeça, inclusive o mal; liberdade não consiste na espontaneidade instintiva, mas em seguir a reta consciência, pois, a verdadeira noção de liberdade está na prática da virtude e não na faculdade de pecar, que seria escravidão.
Assim, uma criança obedecendo aos pais, não é tolhida em sua liberdade, mas dá provas de ser livre aceitando ser por eles orientada naquilo que é bom e evitando o mal.
O santo pedagogo Pe. Champagnat soube, na educação dos meninos nos colégios maristas por ele fundados, harmonizar extraordinariamente o saber dar e o saber negar. Segundo ele, para conciliar disciplina e liberdade é necessário gravar os princípios religiosos na alma da criança e formar-lhe a vontade, mas desde os primeiros anos. Se já crescidas, seria como querer endireitar um grande arbusto – ao dobrá-lo, ele se quebra. Ao passo que, sendo ele pequenino, facilmente é endireitado.
Quando ainda criança, os bons princípios imprimem-se com facilidade no espírito e no coração da criança, ela adquire o gosto na prática da virtude, convencida de que esta é o bem que a torna verdadeiramente feliz, mesmo neste mundo, e que o pecado é o pior dos males.
“A liberdade, portanto, é, como temos dito, herança daqueles que receberam a razão ou a inteligência em partilha; e esta liberdade, examinando-se a sua natureza, outra coisa não é senão a faculdade de escolher entre os meios que conduzem a um fim determinado. É neste sentido que aquele que tem a faculdade de escolher uma coisa entre algumas outras, é senhor de seus atos. ….
“Assim como o poder enganar-se, e enganar-se realmente, é uma falta que acusa a ausência da perfeição integral na inteligência, assim também aderir a um bem falso e enganador, ainda que seja um indício do livre arbítrio, constitui contudo um defeito da liberdade, como a doença o é da vida.
Igualmente a vontade, só pelo fato de que depende da razão, desde que deseja um objeto que se afaste da reta razão, cai num vício radical que não é senão a corrupção e o abuso da liberdade. Eis por que Deus, a perfeição infinita, que, sendo soberanamente inteligente e a bondade por essência, é também soberanamente livre, não pode de nenhuma forma querer o mal moral. E o mesmo sucede com os bem-aventurados do Céu, graças à intuição que têm do soberano bem. ….
“O Doutor Angélico ocupou-se frequente e longamente desta questão; e da sua doutrina resulta que a faculdade de pecar não é uma liberdade, mas uma escravidão”.
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(Leão XIII, Encíclica Libertas Praestantissimum, Documentos Pontifícios, Nº. 9, Vozes, Petrópolis, 1961, 4a. ed., 

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